Causos da carreira: o dia em que a juíza viajou de kombi.
E aí pessoal, tudo bem?
Estou às voltas com uma reforma no apartamento, por isso o afastamento, mas prometo aparecer com mais frequência.
O causo de hoje rendeu boas risadas, mesmo depois de longo tempo. Estávamos em 2011 ou 2012, não vou recordar exatamente. Nessa época, eu comandava o Corpo de Alunos da Escola de Especialistas de Aeronáutica, em Guaratinguetá(uma visita imperdível, para quem se interessar).
Durante o ano letivo, procurávamos sempre enriquecer o currículo dos cursos com palestras específicas, proferidas por personalidades de destaque em cada área. Uma dessas apresentações versava sobre transgressões disciplinares, crimes militares, o processo penal militar e suas implicações na carreira dos militares graduados que entregávamos para a Força Aérea a cada seis meses. Contávamos sempre com bons amigos que nos auxiliavam na missão. Neste caso, a Escola recebia a visita periódica da Dra. Eli Ribeiro de Brito, juíza titular, à época, de uma Vara Federal em Juiz de Fora.
Fonte: fab.mil.br |
Pois bem, eu era o piloto escalado para a viagem de regresso. Adiantei os procedimentos, embarcamos os passageiros, fizemos os cheques iniciais, acionamos o avião, taxiamos e decolamos. Quase tudo certo, quase...
Logo após a decolagem, a luz de alarme PORTA acendeu. Pedi ao mecânico que verificasse o travamento, o que foi feito, mas não havia jeito, teríamos que retornar para pouso e sanar a pane antes de prosseguir, Provavelmente seria uma falha de indicação, porque o travamento foi checado visualmente. Manutenção rápida e vamos embora.
Fonte: flickr.com |
Quinze minutos, meia hora, uma hora, chama o especialista de elétrica, nada de o avião ficar pronto. Comecei a achar que não era o dia. Não era mesmo! A manutenção informou que teria que pesquisar a pane e a aeronave estaria indisponível até o dia seguinte. A kombi estacionou do lado de fora da sala de embarque...
Brincadeira, claro. Disponibilizamos uma viatura mais adequada e a juíza seguiu viagem, sem antes pegar no meu pé várias vezes... Figura!
Parou por aí? Que nada...
Anos depois, quase na época da promoção a Brigadeiro, encontrei-a em uma solenidade no Rio de Janeiro. Acontece que lá também estava o antigo Comandante da Aeronáutica, Brig Saito, que também era seu amigo pessoal. Puxou-me pelo braço e contou toda a história, rindo da minha cara de desespero(quando fui promovido, o Comandante era o Brig Rossato). Nunca é bom contar uma derrota para o Chefe, rs...
Encontrei-a pela última vez no início de 2019, no Clube da Aeronáutica, no Rio. Já estava curtindo a aposentadoria. Logo que me viu, falou que eu não era o seu piloto favorito, gargalhando. Muita saudade...
Gostaram?
Na próxima, vou contar a história da vaca nadadora, amiga da minha linda editora.
Até lá!
EU ASSINO.
Sensacional! Se ela fosse de carona na kombi, com ctz teria outra história engraçada pra contar. Militares da FAB sabem a aventura q é andar nessas viaturas. Rs
ResponderExcluirCertamente uma viagem de kombi não seria nada engraçada, mas renderia, realmente, outro causo. Trabalhei com a MM Eli em Juiz de Fora. Espirituosa. Forte abraço Jayme. SV.
ResponderExcluirMundo pequeno, confrade...
ExcluirMeu pai teve Kombi... até que era bem divertido... exceto na adolescência, quando a gente fica "meio besta" e sente vergonha de andar de Kombi... mas certamente não daria pane na porta que impedisse a viagem... hehehe
ResponderExcluirAs Kombis sempre trazem grandes lembranças. Eu tenho um par delas. 😂
ResponderExcluirTrabalhei diretamente com a Dra ELi na 4 CJM durante 2 anos. Excelente pessoa. Saudades desse tempo.
ResponderExcluirE eu, que era o Chefe da DAA à época? O C-95 FAB 2162 tinha que dar pane bem na viagem da Juíza? E não teve jeito! Mas a segurança de voo vem sempre em primeiro lugar!
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