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Mostrando postagens de 2021

Causos da carreira: a vaca nadadora.

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E aí, pessoal, tudo bem? A história de hoje é curta, mas curiosa. É do tempo que eu comandava a EEAR. Para melhor entendimento, vocês precisam saber que o Comandante ocupa um imóvel funcional dentro da própria Escola, que por sua vez é cercada por uma extensa área rural. A casa possui uma pequena piscina, em forma de vírgula, com uma escada imersa na ponta. Feita a introdução, vou tentar narrar uma conversa de telefone. Era fim de tarde, numa época do ano em que Guará fica muito seca, sem chuva por vários meses. Estava saindo do meu gabinete, que ficava a cinco minutos a pé de casa. Toca o telefone... Minha linda editora: "Amor, você já está vindo?" Eu: "Estou saindo do gabinete. Resolvendo um último pepino. Já, já estou aí..." Minha linda editora: "Sabe o que que é. Tem um bando de vacas em volta da piscina. Estou preocupada..." Eu: "Fica tranquila, estou chegando..." Preparei para entrar no carro. Minha linda editora: " Vem logo... NÃO...

Causos da carreira: o dia em que a juíza viajou de kombi.

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E aí pessoal, tudo bem? Estou às voltas com uma reforma no apartamento, por isso o afastamento, mas prometo aparecer com mais frequência. O causo de hoje rendeu boas risadas, mesmo depois de longo tempo. Estávamos em 2011 ou 2012, não vou recordar exatamente. Nessa época, eu comandava o Corpo de Alunos da Escola de Especialistas de Aeronáutica, em Guaratinguetá(uma visita imperdível, para quem se interessar). Durante o ano letivo, procurávamos sempre enriquecer o currículo dos cursos com palestras específicas, proferidas por personalidades de destaque em cada área. Uma dessas apresentações versava sobre transgressões disciplinares, crimes militares, o processo penal militar e suas implicações na carreira dos militares graduados que entregávamos para a Força Aérea a cada seis meses. Contávamos sempre com bons amigos que nos auxiliavam na missão. Neste caso, a Escola recebia a visita periódica da Dra. Eli Ribeiro de Brito, juíza titular, à época, de uma Vara Federal em Juiz de Fora.  Fon

Causos da carreira: um domingo na churrascaria

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Tudo bem, pessoal? Outro dia eu estava em uma reunião de amigos e, no meio da conversa, lembrei de uma estória engraçada, dessas que acontecem sem lugar ou hora definidos, mas que rendem boas risadas. Daí veio a ideia de abrir um espaço aqui no blog para contar alguns "causos", engraçados ou não, que ilustraram meus 38 anos na ativa da FAB. Vamos lá então...   Não lembro a época. Um domingo. Estava fazendo um circuito de navegação pelo Sul. Eu era o comandante da aeronave, acompanhado de outro piloto e dois tripulantes. Chegamos ao destino no início da tarde e só voltaríamos a voar no dia seguinte. Resolvemos sair para almoçar... Aqui vale explicar que, no geral, eu fui adquirindo alguns costumes com o tempo, muitos deles relacionados com o que comer em viagem. Logo, sempre que ia para Manaus ou Belém, costela de tambaqui; Salvador, moqueca de siri mole; Natal ou Recife, carne de sol e por aí vai. No Sul, churrasco, é claro... Decidido o cardápio, saímos os quatro, vestidos a

Céu de brigadeiro? Sei...

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  Dia desses em Santos! Boa tarde, pessoal! Vocês já devem ter ouvido a expressão aí do título, ou talvez "mar de almirante". Geralmente, elas estão relacionadas àquele céu azul de dar gosto ou àquele mar de calmaria, talvez ruim para os veleiros, mas ótimo para as modernas embarcações. Pois é! Já que eu não consigo ficar quieto, sempre achei essa expressão, senão injusta, um pouco fora da realidade. Acontece que brigadeiros e almirantes têm, em sua rotina, que tomar decisões muitas vezes tensas, que impactam diretamente na vida de subordinados e suas famílias. Estou considerando aqui apenas tempos de paz (guerras ou conflitos nem podem ser analisados dessa maneira). Normalmente, os dias mais se parecem com essa foto aí em cima, tirada da janela do meu quarto na semana passada, esse sim, para mim, um céu de brigadeiro... Vou contar dois casos, que ocorreram durante meu último cargo de Comandante, na Escola de Especialistas de  Aeronáutica, em Guaratinguetá. Nos dois, uma cois

Tô na live! E agora?

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Boa tarde, pessoal! Como a maioria de vocês sabe, participei, no último sábado, de uma live com a Anna Costa, da Mentoria em Vinhos. (vou colocar o link no final do post, para aqueles que ainda não viram...) Para situá-los, a Mentoria em Vinhos é uma criação conjunta da produtora de conteúdo @vinhotododia, da Anna e do seu marido Emerson Tomate, e do Sommelier Gianni Tartari, bicampeão brasileiro. Faço parte da primeira turma do curso, que ainda está em andamento, com degustações virtuais que têm sido um sucesso. A coisa prosperou tanto que nós alunos criamos uma Confraria, a Monsters of Wine, que vem crescendo a cada dia. Pronto, situados estão... Aceitei o convite para participar da live porque poderia contar histórias interessantes da minha relação com o vinho. Apesar de ter bastante experiência sobre falar em público, confesso que bateu um certo nervosismo no dia. Pela manhã, mandei uma mensagem perguntando se haveria algum processo especial para entrar(não, não há, bastou apenas

Animais de estimação ou "A história do coelhinho Toystory"

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Boa tarde! Dias atrás, estávamos eu e minha linda editora degustando um bom vinho após o jantar (nós quase nunca fazemos isso, como vocês sabem, né?) e eu me peguei rindo sozinho com a gata de estimação aqui de casa, a Leah. Foi quando tive o insight para este post. Minha saudosa mãe não era muito chegada e talvez por isso não tenho lembranças de animais de estimação em casa durante minha infância. Durante algum tempo, minha avó tinha um papagaio, a Rosa, que nunca falou, mas assoviava para qualquer um que pedisse. Tinha também um viveiro grande com canários, que alegravam o quintal, mas nada além disso. Puxei o assunto dos canários porque, quando meu filho mais velho nasceu, ganhei um canário belga de presente, o Tutuca, que foi sim o primeiro animal que eu tive para cuidar. Nessa época, morávamos aqui em Santos, em um apartamento com área de serviço pequena. O Tutuca quase não cantava. Em 99, quando mudamos pela primeira vez para Guaratinguetá, tudo mudou. Vivíamos em vila militar, c

Vida saudável

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  Boa tarde, pessoal! Manhã de sábado. Dia ensolarado, mas com temperatura amena. Como diria um narrador de basquete: "um convite ao prazer..." Eu e minha linda editora saímos de casa para uma caminhada/corridinha na praia. Com a lua cheia, a maré estava bem baixa, o que permite ficar ainda mais distante dos sons do tráfego da avenida. É quase que uma terapia, e é de graça... Temos tentado levar uma vida mais saudável. Alimentação balanceada, atividade física constante, controlada pelo  nosso sobrinho/afilhado/treinador/coach Felipe Ferreira,  viagens de vez em quando para espairecer, um bom vinho e, agora, mais do que nunca, novas amizades que tem deixado marcas no nosso bom humor. A foto não é de hoje, mas o espírito é esse... Quando estávamos voltando, faltando um último quilômetro para parar, comentei com ela que estava tentando imaginar como estaríamos se tivéssemos esta atitude desde muito mais novos (muito mais novos, não! Mais novos. Minha linda editora ainda é quase

Às vezes, sem perceber, conhecemos Seres de Luz! Uma crônica do Dia do Amigo.

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Boa tarde! O último post foi, para mim, difícil de escrever. Descrever mazelas nunca é fácil, mas não podemos ignorar o que acontece à nossa volta. Hoje, porém, nós vamos falar de coisas boas. Amizade, perseverança, cuidado... Vou contar para vocês, queridos leitores, duas histórias que envolvem companheiros de minha turma na EPCAR e na AFA, que demonstram, como diz o título, que seres de luz habitam entre nós, podem acreditar... Não, não sou espiritualizado, esotérico, deixo isso para minha linda editora, mas reconheço que certos eventos nos mostram que ainda podemos ter esperanças. Vamos lá!  A primeira história é simples. Davi, um grande companheiro, formado no ITA, uma cabeça privilegiada, nasceu com um problema renal que afetou também outros de sua família. A indicação era de transplante, mas não havia compatibilidade próxima. Alguns companheiros de turma ofereceram-se para a testagem e, felizmente, encontraram o Lyra, um baixinho abusado, que forneceu o rim para a cirurgia, que f

Confraria MOW ou “Como organizar essa bagunça?” **

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** publicado originalmente no blog MONSTERS OF WINE Todo mundo já fez um trabalho de escola em grupo, participou de um Diretório Acadêmico, foi mesário em eleição, qualquer coisa dessas em que duas ou mais pessoas reúnem-se para dar um mínimo aspecto de organização, não é? Pois bem, com uma Confraria não seria diferente... Agora, imagine uma Confraria que só funciona porque existe uma tal de internet e um bando de gente louca por degustar um bom vinho(que não esteja “bouchonné”, de preferência…), harmonizá-lo com uma saborosa refeição(com manjericão, de preferência...) e ficar jogando conversa fora por horas, ansiosos por poder voltar a aglomerar e, assim, consolidar amizades que já nos são tão caras… Aqui, na Monsters of Wine, alguns loucos mais loucos que os outros resolveram cumprir a missão de tentar fazer a coisa funcionar, e o pior é que vem dando certo. Cinco cabeças diferentes, cinco estilos, mas uma característica comum, uma tendência a querer fazer tudo bem feito e rápido. Qu

Distopia

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 Boa tarde! A pauta de hoje foi sugerida pela minha linda editora. Não é um assunto legal, mas acho que tenho que falar disso também. No domingo passado, fomos almoçar com o velho Jayme. Antes, passamos em um laticínio, para comprar alguma coisa para o lanche da noite. Do outro lado da rua, um casal de coletores de recicláveis,  visivelmente alterados por álcool ou drogas, trocava o que pareciam ora carícias, ora empurrões, meio que alheios ao mundo ao redor. Como havia sorrisos entre os dois, resolvemos não intervir. Temos reparado que o número de pessoas "em situação de vulnerabilidade social" tem aumentado sobremaneira. Não é difícil observar pessoas deitadas nos jardins da praia e nas calçadas dos canais de Santos, quase sempre acompanhadas de uma garrafa, um cachimbo ou qualquer utensílio utilizado para suportar um vício. Saindo dali, no caminho para o apartamento de BNH onde eu e meus irmãos fomos criados, há uma quadra de esportes, mantida por um clube de moradores. Ne

VOLTEI! ou "Eu e os Monsters"

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Boa tarde! Confesso que me afastei... A última publicação ocorreu em janeiro de 2020. Pouco depois, entramos no redemoinho da pandemia e preocupei-me mais em cuidar da família e de mim mesmo. Minha linda editora vivia me instigando a retornar para o computador. Faltava a faísca... Pois bem, ontem perdi um grande amigo que lutava contra o câncer há alguns anos. Estivemos juntos desde fevereiro de 81(pelos padrões atuais, sou cringe!). Era uma pessoa alegre, comprometida, sempre disposto a ajudar. Cheguei a falar que ele deveria passar para a reserva, para aproveitar o tempo que lhe restava com a família. Não aconteceu... Para nós, que seguimos por aqui, cumpre seguir a vida. Por isso mesmo, vamos falar de coisas bacanas e levantar o clima. Vocês sabem que eu SOU militar e o militar, até mesmo pela natureza da atividade, costuma ter um grupo de amigos bastante restrito, normalmente com aqueles companheiros de tempos de Academia mais chegados (Alessandra sofre...). Quando passei para a re