Sobre Jorge Sampaoli
Bom dia!
Libertos os monstros, vamos falar de futebol...
Libertos os monstros, vamos falar de futebol...
Antes de mais nada, acho Sampaoli um bom técnico de futebol. Bom, não excepcional, como a mídia, especialmente a da capital paulista, fez acreditar ao ver que o Santos de 2019 incomodava o Trio de Ferro.
O conceito de futebol do técnico casou com o espírito do Santos FC. Acompanho o time desde criança. Meu pai, desde 1950. A torcida do Santos prefere o espetáculo ao título. Nós santistas não sabemos fazer 1 a 0 e trancar o jogo. Não está no nosso sangue. Queremos ver o time no ataque, fazendo gols. Por isso, por várias vezes nos decepcionamos. Faz parte do contrato. Lembro de uma semi de Paulista em que faltavam trinta segundos para acabar o jogo, bola com o nosso lateral na área do adversário. Levar para a bandeira de escanteio e cozinhar o galo? Jamais. Chutar a gol. Tiro de meta, ataque adversário e gol que desclassificou o Santos. Somos assim.
Por isso mesmo, o argentino caiu nas graças da torcida. Tivemos, durante o ano, ALGUMAS partidas memoráveis, especialmente contra os adversários da parte de cima da tabela. O futebol do time foi cantado em prosa e verso. Gerou ciúme e uma campanha contrária da mídia como eu nunca havia visto. Passou-se a dar mais importância à relação entre técnico e dirigentes (o presidente do Santos não tem a mínima ideia do que está fazendo, acabou com a base do time, celeiro dos Meninos da Vila). As coletivas eram debates sobre fica ou não fica, nada de questionar o desempenho do time. Relação desgastada e pronto. Fim de papo.
É necessário porém, fazer uma análise mais detalhada sobre tudo o que foi dito nos últimos dias. O pedido de investimentos de 100 milhões (quem tem esse dinheiro?). Rumores de que o técnico solicitou comissão para lançar jovens atletas. Pedidos de cancelamento de multa contratual. Vou analisar o caso sobre três aspectos: técnico, tático e de personalidade.
No aspecto técnico não tenho dúvidas: Sampaoli foi o melhor treinador que tivemos em muito tempo. Conseguiu extrair de jogadores medianos um nível de jogo que por vezes beirou à excelência. Veja quantos gols fez o Santos em jogadas trabalhadas, plásticas, ensaiadas à exaustão. Nada a reparar neste aspecto.
No aspecto tático, entretanto, tenho ressalvas. A ideia de pressionar a saída de bola adversária e recuperá-la rapidamente é a que assistimos semanalmente nos melhores campeonatos europeus. A movimentação dos jogadores pelo campo também sobressaiu. Porém, a insistência em montar um esquema com três zagueiros, para supostamente liberar os alas, definitivamente fez com que as chances do Santos diminuíssem sobremaneira. Revejam os jogos em que utilizamos este esquema e observem as constantes falhas de posicionamento dos zagueiros nos gols sofridos. O Santos não perdeu o campeonato para os times grandes. Perdeu nos jogos contra os times de classificação pior. Os zagueiros brasileiros não sabem se posicionar em linha de três. Mesmo na Europa não temos visto este tipo de jogo. Escolha duvidosa.
Em relação à personalidade, aí sim é que "o bicho pega". Lembremos que o treinador chegou ao Santos desacreditado, após uma série de trabalhos infrutíferos. Com o sucesso inicial, passou a fazer exigências para o elenco. A diretoria fez o que pode. Trouxe alguns jogadores que deram muito certo. Outros viraram dor de cabeça.
A lista de pedidos foi crescendo à medida em que o time respondia, ou não. Quando os rumores de transferência ao final do ano e a campanha da mídia paulistana intensificaram-se, os problemas passaram a se acumular. Problemas extracampo, observe. No campeonato, o time continuava bem, com mais altos do que baixos.
O Santos foi vice-campeão. Qual treinador, em sã consciência e sabedor das condições financeiras da maioria dos clubes brasileiros, faria exigências de elenco como as que surgiram na imprensa? O que pensariam os jogadores do atual elenco, que suaram sangue para atingir os resultados do ano? Pareceu-me, desculpem-me, que a situação foi direcionada para o desfecho final.
O que tirou Jorge Sampaoli do Santos foi, na minha modesta opinião de observador, a vaidade. Vaidade que fez com que ele terminasse seus últimos trabalhos sempre de maneira conflituosa. Vaidade exacerbada pelos elogios recebidos durante o ano. Elogios estes que foram fruto de seu trabalho no Santos, com o apoio que o Santos, a torcida, a cidade lhe prestaram.
Que ele siga em frente. Duvido que, mantidas as atuais circunstâncias, tenha vida longa em algum time brasileiro. Para o Santos, resta torcer para encontrar rapidamente outro técnico e trabalhar. Começaremos 2020 da mesma forma que começamos 2019. Desacreditados.
Mas somos o Santos! E continuaremos a incomodar. Nosso time leva 2% da população da cidade a seus jogos. Façam as contas e pensem se os outros conseguem. Números absolutos nada valem. Há sempre uma perspectiva diferente a ser vista.
Santos, sempre Santos!
EU ASSINO
A ganância de Sampaoliii... Deixou nosso SANTOS em "maus lençóis"... Espero que SANTOS FC consiga um ótimo treinador para a próxima temporadaaa... E que Sampaoli siga seu destino, feliz e abençoado por Deus!!! Valeuuu... Fomos Viceee... Vivaaa...🥈⚽️🎊🙌🏼🙏🏼
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